sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Um terrível final ou um belo começo?

Odeio festas. Nem lembro como fui parar naquela,pensando bem, lembro sim: Fui arrastada pelas minhas amigas, e garanto: reclamei todo o trajeto, até o momento em que o carro parou em frente uma casa bastante iluminada (com aquelas luzinhas piscantes que me enlouquecem e sempre trazem uma baita dor de cabeça), uma música super alta (alguma famosinha do momento que desconheço o nome) e várias pessoas no jardim (provavelmente já bastante bêbadas). Não escondi minha cara amarrada um só segundo. Caramba, eu poderia estar em casa vendo algum filme ou lendo algum livro.. mas não, eu estava presa aquela porcaria de festa!
Quem foi (o idiota) que disse que para superar alguém devemos sair, encher a cara e fingir que já esquecemos a pessoa? Bem que tentei avisar para a Alanna que isso não funcionaria comigo (se é que funciona para alguém), mas quem disse que ela me escutou?
Eu só queria ficar em casa. Sozinha. Ter como companhia apenas o silêncio da noite e meus pensamentos.
Desde a noite passada minha cabeça estava uma bagunça. Era preciso que eu colocasse em ordem tudo aquilo o mais rápido possível. Quem sabe as coisas se resolveriam quando eu as entendesse?
"Ora Mel, você diz isso porque não entende nada dessas coisas. Você vai sair com a gente sim! Isso é uma ordem garota. Te garanto que não irá se arrepender."
Me arrependi antes mesmo de colocar o pé para fora de casa.
Não havia bebida nesse mundo que me faria esquecer o Lucas. Ah, o Lucas... Nem ao menos sabia se queria esquece-lo.
Entrei na casa praticamente arrastada e logo fui abandonada pelas minhas amigas, que já haviam encontrado as bebidas e os garotos, portanto, eu não as veria tão cedo. Sentei no sofá da sala e fiquei observando a festa por um bom tempo (talvez horas, ou apenas minutos). Garotas subiam em mesas e cadeiras para rebolarem e mostrarem a todos o quão bêbadas e fáceis estavam. Clássico!
Mais um minuto ali e eu surtaria. Saí em rumo ao jardim para ver se ao menos lá conseguiria um pouco de tranquilidade, mas que irônico!
- Melissa!
Caramba, caramba, caramba, ml vezes caramba!
- Rodrigo?
O que ele estava fazendo ali? Eu realmente não deveria ter saído de casa!
- Desde aquele dia nunca mais te vi... Senti saudades.
Não sei se foi pela minha cara de raiva ou o quanto fiquei vermelha, só sei que ele logo completou:
- Mas fique tranquila, prometo não te agarrar. A menos que você queira... claro.
Mil xingamentos vieram na minha cabeça, mas me contentei em responder apenas com um sorriso irônico.
Como ele ousava ter estragado tanto minha vida e ainda agir como se nada tivesse acontecido? Será que veio aqui apenas para rir da minha cara de namorada traída? Jogar na minha cara que estava certo? Isso era o que eu menos precisava no momento.
- Fiquei sabendo que você e o Lucas...
- É, terminamos. Satisfeito? Era o que queria? Me provar que eu estava errada e fui feita de idiota?
- Poxa Mellie, de maneira alguma. Eu não queria que isso tivesse acontecido, não mesmo. Já te disse o quanto gosto de você, e te ver triste é algo que nunca irei querer nesse mundo.
Ouvir aquelas palavras me fez desabar. Tudo que eu estava guardando desde a última noite simplesmente saiu. De repente me lembrei da Sara e chorei mais ainda. Ela era quem mais me entenderia nesse momento, se não tivesse beijado meu (ex) namorado, claro.
Pelo visto eu havia assustado o Rodrigo, pois ele ficou um bom tempo apenas me encarando. Quando meu choro finalmente diminuiu um pouco, ele passou seu braço sob meus ombros, pegou uma garrafa de champanhe na cozinha e foi me levando em direção a rua. Caminhamos sem rumo por um bom tempo em silêncio.
- Feche os olhos, há um lugar que quero que conheça!
Quando abri não acreditei no que via: uma enorme lagoa com um campo florido logo atrás. A enorme lua refletida na água transformava aquilo em um digno cenário de filme. Como eu não sabia da existência daquele paraíso?
- Costumo vir aqui sempre que preciso de um tempo da vida, sabe?
Não respondi. Estava maravilhada demais para produzir qualquer ruído.
- Olha Mellie, sei que já agi como um idiota com você, mas acredite, eu mudei. Sabe, te amo muito, e por mais que eu saiba que você nunca me amará da mesma maneira, queria te dizer que poderá contar sempre comigo. Sempre mesmo. Já dei muita mancada com você, e hoje tudo que te peço é a sua amizade. Eu realmente gostaria muito disso.
Não sei se foi a bebida ou pelo clima do momento, apenas sei que de repente poucos centímetros separavam nossas bocas. Não resisti.

domingo, 23 de novembro de 2014

Esse tal de amor


Isso está me matando. Sinto como se estivesse voltado no tempo. Esse maldito sentimento está consumindo cada parte daquilo que tinha restado da minha sanidade, que vamos combinar, não era nenhum número muito considerável. 
Jurei a mim mesmo que jamais seria aquela garota novamente. Que nunca me deixaria ser controlada por um sentimento tão tolo. Que não deixaria de dormir noites e noites chorando por causa de um cara. Que não sentiria essa dor no coração que me faz acreditar que vou morrer a qualquer hora.
Olhar para uma pedra no chão e chorar por lembrar de algo. Sentir seu cheiro em todos os lugares. Ver seu rosto em qualquer um. Ouvir sua voz em tudo quanto é canto. Passar o dia com o tempo dividido entre ter planos absurdos com nós dois e me xingando por ser tão estúpida a ponto de pensar em coisas tão impossíveis.
Você veio me falar sobre a garota pelo qual está apaixonado e naquele momento, juro, meu coração se desfez em tamanhos tão pequenos que pensei que nunca mais seria capaz de colá-los novamente.
Caramba garoto, por que você é tão você? Isso é injusto comigo. Você que é tão perfeito ou eu que estou obcecada demais? Talvez um pouco de cada. Mas poxa, fica cada vez mais difícil resistir a esse seu jeito. Não teria uma só coisinha pra mudar em você. Parece até que veio sob encomenda para mim, afinal, o cara que passei tanto tempo desejando que existisse. E a encomenda chegou, só que para o endereço errado. Um pacote ocupa minha mesa, mas está ali pelo simples fato de estar, pra ocupar esse vazio imenso que é a minha casa. Tenho ele em minhas mãos mas confesso que me preocupo mais em te espiar pela janela, ocupando a mesa da casa vizinha. E dói te desejar tanto. Dói você não ser meu. Dói eu ter alguém pensando em outro. Dói eu tentar me enganar fingindo estar feliz assim. Dói não te ter aqui no lugar dele. Dói. Muito.


terça-feira, 1 de julho de 2014

-A gente tinha tudo para dar certo. Já pensou nisso?
- Muitas e muitas vezes. As vezes concordava, as vezes achava insano. É difícil dizer que pessoas tem tudo para dar certo, já que a vida é cheia de imprevistos. De certa maneira, demos certo. Por um tempo, mas demos. E isso já foi o bastante para mim.
Sabe de uma coisa? Nosso amor foi eterno enquanto durou. E só hoje percebo isso.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Vá em frente

- O problema não é você, sou eu.

É, eu sei. Definitivamente é você e esse seu jeito idiota. Quis o mundo nas mãos e me soltou. Nem se preocupou com meu tombo. Vá em frente, só não ouse olhar para trás. Não ouse dizer meu nome no meio de tantas outras. Não ouse me procurar.
Estava a um passo de te perdoar. E o que você fez? Me empurrou! É o que sempre faz. Foi assim das outras vezes. 
Não percebeu que tudo que eu sempre quis era me sentir única e especial? Te abri meu passado, minhas dores, meus traumas. Joguei dicas no caminho. Deixei sentimentos no ar. E para quê? Você fazer exatamente o mesmo que aquele que passou antes e partiu cada pedaço do meu coração. Sabe, eu realmente tive esperanças que seria diferente. Que você seria capaz de consertar a bagunça que estava quando chegou. Que você seria a cola capaz de juntar todos os cacos para eu deixar de ser essa máquina quebrada e sem função. Não foi. E passou bem longe de ser.
Depositei todas as minhas esperanças em você. A luz do meu fim do túnel. Tão linda de longe. E foi se aproximando... tomando forma. Grande. Assustadora. Me atropelou e seguiu adiante. Deixando-me sozinha na escuridão novamente.  

- Não, tudo bem. Eu te entendo. Vamos ser amigos?

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Adeus (meu amor?)

Era para eu estar arrasada,chorando impiedosamente, revoltada com o mundo, implorando sua volta. Mas não consigo fazer nada. Permaneço estática olhando para seu corpo, agora pálido,segurando uma rosa vermelha. Suas preferidas. Se você estivesse aqui me entenderia, você sempre soube, mas fingia de tolo por preguiça de sair da rota, mudar os planos, ter que improvisar. Isso nunca foi com você, o rei das certezas. E agora te pergunto, de quê valeram pequenas certezas com tantas oportunidades jogadas fora? Nunca te amei, e você soube disso. Mas você também não me amava, eu sei. 
Procurando a perfeição você acabou com as mais imperfeitas das soluções: a ilusão. Pensou que os castelos de família perfeita nunca desabariam... e veja só, você se foi e deixou tudo cair sobre mim. Criamos um teto antes das paredes, tudo isso por causa do seu medo de tempestades. Como fui tola... Caí na sua, não posso negar. 
Meu coração interesseiro procurando estabilidade caiu num emaranhado de confusões. Que armadilha! Larguei meu amor, é, aquele garotinho mesmo, apenas porque uma vida ao seu lado parecia mais fácil. E foi. Mas esqueci que facilidade vem acompanhada com a monotonia, e para aquela garota que respirava aventuras, isso foi demais. 
Faço um esforço e derramo uma lágrima. Mais pelos outros que por mim. Afinal, você deixou comigo essa mania estúpida de achar que o que os outros pensarão chega a ser algo importante. E nisso choro. Faço escândalo. Pergunto "por quê?" à Deus. Você merecia um adeus mais digno. Merecia alguém mais digna. Só espero que um dia me perdoe. Por ter entrado no seu teatro, ter vivido tão superficialmente, e acima de tudo, por não ter aberto seus olhos enquanto era tempo, antes deles se fecharem para sempre.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Te esperando


Depois de tudo, o que mais me irrita não é você passar do outro lado da rua sem fingir ter me visto, falar mentiras sobre mim aos seus amigos ou muito menos toda a dor que você me trouxe. O que mais me irrita é a minha esperança.
Esperança de que você vai acordar em um belo dia e ver que eu sempre fui o amor da sua vida, que me ligará dizendo que errou, que vai largar sua namorada e vir correndo atrás de mim. Esperança de que você vai bater na minha porta de madrugada, me trazer flores, gritar que me ama para todo mundo ouvir. Esperança de que você vai me abraçar bem forte e nunca mais soltar, que vai entrelaçar minha mão na sua sem medo ou receio. Esperança de juntos seremos um só. Para sempre. 
Mas acima de tudo, esperança de um dia parar de esperar por você.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Certa incerteza

Olho para trás e me deparo com milhares de incertezas no caminho. Frases mal pontuadas, textos sem fim. Sou uma incerteza ambulante. Minha bússola é o medo, a esperança, a dor.
E nisso nada faz sentido. O desespero me invade. Confusões e mais confusões, sou apenas isso, mais nada.
Motorista, abra essa porta, preciso fugir. Moço, segure minha mão, preciso de alguém. Coração, não surte, preciso de você quietinho aí no meu peito antes que tudo perca seu sentido de vez. Melissa, acorde, o sonho já acabou.
Ninguém me vê, ninguém me ouve, ninguém me entende. Invisível. Uma peça sem encaixe nesse imenso quebra corações da vida. Um jogo. Tudo não passa disso.
Voe coração. Fuja para longe, bem longe. Não converse com estranhos, não se doe para estranhos, não pule desse precipício chamado amor. Corra o mais rápido que puder, aonde nem mesmo os mais singelos anjos possam ouvir suas pulsações.
Fecho os olhos. Mais perto do céu procuro a liberdade da minha alma. Um passo a frente e milhares de metro abaixo. “Entendi, eu finalmente entendi!”, murmuro ao vento. Quero voltar atrás, gritar em alto e bom tom para todo mundo ouvir. Tarde demais. Sempre tarde. Sempre demais. Transbordei na vida e aqui estou, dando o último suspiro antes de morrer afogada nas minhas interrogações. Ó céus, para quê tanta pergunta, quando apenas uma bastava? Me inundei nesse mar de dúvidas por pura pieguice.
Aproximo do mundo. Afasto de mim. A um palmo do chão descubro o sentido da vida. Reticências, mais nada.